Saltar para o conteúdo

Canal sifonal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nesta concha quebrada, a borda do lábio externo (7) chega até a columela (5) sem apresentar um canal sifonal.

Nas conchas de moluscos gastrópodes marinhos de alguns gêneros, o canal sifonal é um sulco, oposto à região da espiral e localizado entre o lábio externo e a columela, quando a concha é vista por baixo, sendo um prolongamento destes e uma característica anatômica de certos caramujos[1], principalmente dentre os Neogastropoda e uma parte dos Mesogastropoda (ambos agora no clado Caenogastropoda)[2]; ausente dentre os grupos mais antigos de moluscos marinhos (clado Vetigastropoda e uma parte dos antigos Mesogastropoda).[3] É caracterizado por se localizar na parte anterior do animal e por conter em seu interior uma extensão tubular e macia do manto, chamada sifão[4], através da qual a água é aspirada para dentro da cavidade do manto e através de brânquias e também servindo como um quimiorreceptor para localizar alimentos.[3]

Evolução do canal sifonal

[editar | editar código-fonte]

Um estudo feito por G. J. Vermeij, no ano de 2007, indica que o canal sifonal surgiu 23 vezes e foi secundariamente perdido 17 vezes na história evolutiva dos Gastropoda. Quatro clados foram submetidos a uma diversificação prodigiosa. Em seu início, o canal sifonal foi curto e mais ou menos confinado à abertura da concha. Mais tarde (principalmente no Cretáceo e Cenozóico) as variações incluíram uma dobra sifonal (canal curto, que faz uma dobra na base da concha cuja espiral é o topo), um longo canal e um canal fechado. Gastrópodes que adquiriram tal canal eram móveis e bentônicos. O hábito de predador ativo tornou-se associado a esta estrutura no Mesozóico e Cenozóico. A perda do canal, em espécies recentes, está associada com hábitos não marinhos, miniaturização e especialmente com um modo sedentário ou lento de vida.[3]

Referências

  1. Fonseca Neto, José Claro da. «Partes da concha de um gastrópode». Projeto Litoral Nota CEM. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2016 
  2. Barbosa, Frederico Simões (1995). «Tópicos em Malacologia Médica». Ed. Fiocruz (Google Books). pp. 27–46. Consultado em 28 de junho de 2016 
  3. a b c Vermeij, Geerat J. (2007). «The Ecology of Invasion: Acquisition and Loss of the Siphonal Canal in Gastropods» (em inglês). Paleobiology, Vol. 33, No. 3 (JSTOR). pp. 469–493. Consultado em 28 de junho de 2016 
  4. Art (27 de outubro de 2012). «Noble volute (Cymbiola nobilis (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2016 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]