Duas Caras (telenovela): diferenças entre revisões

 Nota: Se procura o vilão da DC Comics, inimigo do Batman, veja Duas-Caras.

Predefinição:Telenovela atual

Duas Caras
Alinne Moraes faz a sua primeira vilã, a insensível Sílvia.
Informação geral
Formato
Duração	1h10min (45 minutos às quartas-feiras)
Criador(es)	Aguinaldo Silva
Elenco	Marjorie Estiano Dalton Vigh Alinne Moraes Antônio Fagundes Suzana Vieira José Wilker Renata Sorrah Débora Falabella Lázaro Ramos Stênio Garcia Marília Pêra Betty Faria Marília Gabriela Flávia Alessandra Caco Ciocler Marcos Winter Letícia Spiller e grande elenco.
País de origem	Brasil
Idioma original	português
Produção
Diretor(es)	Wolf Maya
Tema de abertura	E Vamos à Luta, Gonzaguinha
Exibição
Formato de exibição	480i (SDTV) 1080i (HDTV)
Transmissão original	1º de outubro de 2007
Ligações externas
Site oficial

Duas Caras é a atual telenovela das 21h da Rede Globo, escrita por Aguinaldo Silva, com a colaboração de Izabel de Oliveira (ex-autora de Malhação 2007), Nelson Nadotti e direção de Cláudio Boeckel, Ary Coslov e Gustavo Fernandes, tendo Wolf Maya como diretor geral e de núcleo. A trama estreou dia 1 de outubro de 2007, no horário das 21h, na Rede Globo, substituindo Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Em Portugal, estreou-se a 5 de Novembro de 2007, sendo transmitida pelo canal SIC, juntamente com os últimos 5 episódios da novela Paraíso Tropical^[1]. A previsão inicial é de que a novela seja exibida até 30 de maio de 2008^[2], totalizando 209 capítulos.

Apresentando pela primeira vez a atriz Marjorie Estiano como protagonista, é Alinne Moraes como antagonista, a telenovela trata de temas como política, homossexualidade, bissexualidade, corrupção, romances entre pessoas de diferentes classes sociais, alcoolismo, racismo, divórcio, drogas, dislexia, epilepsia e troca de rosto.

A telenovela possui duas fases distintas. A primeira introduzia os principais personagens e seus relacionamentos, e era focada majoritariamente nos protagonistas, Maria Paula, Marconi Ferraço e Juvenal Antena. Após apenas nove capítulos, essa fase se encerrou e, em 10 de Outubro de 2007, ocorre uma passagem de tempo de dez anos, avançando a telenovela e apresentando o restante dos personagens^[3].

Predefinição:Spoiler

Juvenaldo, quando criança, mora com o pai e uma penca de irmãos em uma favela de palafitas no Recife. Sem condições de sustentar a família, o pobre homem vende o filho a um estelionatário chamado Hermógenes Rangel^[4]. Rebatizado de Adalberto Rangel, o menino abandona a família e segue estrada afora com seu novo tutor, seguindo seus passos criminosos.

Os anos passam e a história chega no ano de 1997. Adalberto, já adulto, quer ganhar sua própria fortuna sem depender do seu mestre. Decidido a sumir de circulação, aplica um golpe em Hermógenes e foge com todo o dinheiro deste.

Durante a fuga, provoca de forma involuntária um grave acidente. Revistando os pertences das vítimas, o casal Waldemar e Gabriela, Adalberto descobre uma mala com dinheiro, apólices e a fotografia de uma jovem. Segue então para a cidade fictícia de Passaredo, (ambientada em São Bento do Sul, Santa Catarina) ao encontro da órfã, Maria Paula. Segundo Adalberto, Gabriela pediu, antes de morrer que ele cuidasse da moça. Os amigos da herdeira - sua governanta, Jandira, com sua filha, Luciana, e seu advogado, Dr. Claudius (que é secretamente apaixonado por Maria Paula) - tentam alertá-la, mas o golpista é rápido e, mesmo no dia do velório de seus pais, ela é conquistada pelo vigarista, e acaba indo pra cama com ele. E, assim, Maria Paula se casa com Adalberto. Pouco tempo depois, ela descobre que seu marido desapareceu, levando todos os seus bens e deixando-a na miséria. O golpista, por sua vez, muda o rosto, o nome e o estilo de vida. Faz uma cirurgia plástica, compartilhando esse segredo apenas com Bárbara Carreira - a prostituta com quem perdeu a virgindade, seu braço direito por toda a vida - e transforma-se no respeitável empresário da construção civil Marconi Ferraço. Agora milionário, ele compra uma construtora quase falida, a GPN.

Mas os vários nordestinos que vieram trabalhar na construtora e que ficaram desabrigados com sua falência, se negaram a deixar o local e encontraram apoio na figura de Juvenal Antena, chefe da segurança, que se juntou aos operários na luta por seus direitos. E foi num terreno baldio próximo à antiga obra da GPN que ergueu-se a favela da Portelinha, um local onde Juvenal não deixaria faltar nada para seus moradores. Só não eram permitidas drogas e violência. Quanto à isso, o carismático líder era irredutível.

Ferraço montou sua equipe de trabalho e associou-se ao engenheiro Gabriel Duarte - marido da perua Maria Eva, fã de Evita Perón - e ao advogado Paulo Barreto, o Barretão, um especialista em encontrar brechas para driblar a lei. Já Juvenal ganhava cada vez mais prestígio na Portelinha e sabia que podia contar com sua gente. Admirado, ele vai se transformando aos poucos em um líder acima do bem e do mal.

Dez anos se passam e fase atual transcorre nos dias de hoje. Ferraço é agora dotado de feições diferentes e muito dinheiro no bolso, tendo Bárbara ao lado como sua governanta. Decide conquistar Sílvia, moça elegante e insensível que passou muitos anos estudando em Paris. Ela se apaixona por ele e aceita se casar. No dia da festa de noivado de Sílvia e Ferraço, Maria Paula descobre que Ferraço é Adalberto Rangel e dá o maior escândalo, desmascarando ele na frente de todos. Ferraço descobre que tem um filho com Maria Paula, Renato, de 10 anos e decide se aproximar do garoto e fazer amizade com ele apenas para que a ex-mulher não tenha coragem de colocá-lo na cadeia. Mas quem não gosta nada dessa situação é Sílvia, que tem um ciúme doentio por Ferraço e passa a odiar o garoto. A situação se complica com a proximadade da festa de Renato, que Maria Paula vai organizar na casa de Ferraço para desespero de Sílvia. Por incrível que pareça o que seria uma constrangimento para Maria Paula e Ferraço, será o momento de os dois perceberem que ainda sentem alguma coisa pelo outro. E a história vai se complicando ainda mais, pois Sílvia vai mostrando que esta à beira da loucura. A filha de Branca se joga da escada para acabar com a festa de Renato e, mais tarde num passeio no lago em Teresópolis com o garoto, ela o deixa se afogando, só que ela não contava que Ferraço aparecesse e salvasse o filho. É a partir daí que Ferraço começa sua jornada pra reconquistar Maria Paula, ele a supreende no quarto em que Renato se recupera do afogamento e a beija. Dias depois a pede em casamento, mas Sívia começa a notar o desinteresse do noivo e o trai com João Batista, motorista de seu noivo. Será esse o motivo para Ferraço escurraçar Sílvia de sua vida e sua casa para ficar com Maria Paula.

O pai de Sílvia, João Pedro, possuia um romance extraconjugal há mais de 20 anos com Célia Mara, casada com o mecânico Antônio. Tantos anos se passaram que Célia acabou se transformando em uma "amante com cara de esposa". Ele a conheceu antes de se casar com a poderosa Branca, mãe de Sílvia. Mulher de requinte, moradora de um luxuoso condomínio da Barra, forte e determinada, Branca descobre, no dia seguinte ao da morte do marido, que ele tinha uma amante, e, por isso, trata de se desvencilhar do título de viúva. Assume a presidência do conselho da Universidade Pessoa de Moraes, da qual é dona, e a transforma em uma instituição de absoluta excelência. Em determinado momento, incomoda-se com a aproximação entre o professor Francisco Macieira - um antigo amigo que ela convida para ser reitor e torna-se seu namorado - e Célia Mara, a qual passa a estudar na sua universidade. Porém, o destino é surpreendente e um fato inesperado vai fazer essas duas inimigas conviverem no mesmo espaço e se confrontarem ainda mais. Por uma ironia do destino Célia Mara administra 50% da universidade, já que Clarissa, que também é filha de João Pedro, e Sílvia, que por vingança a mãe dá suas ações para Célia Mara administrar. A Universidade vira um campo de guerra já que uma quer mandar mais que a outra e, a situação piora, pois Célia Mara descobre que Branca usa o cartão corporativo da Universidade para coisas supérfulas e usa isso contra a rival, afastando-a da presidência do conselho e ainda vira a presidente, descoberta que gera uma caos na Universidade, pois os beneméritos deixaram de fazer suas doações. Mas a história toma uma reviravolta, uma atitude inesperada de Branca faz com que ele vire o jogo e, atitudes impensadas de Célia Mara, como acusar Macieira de assédio sexual, fazem todos se voltar contra ela até mesmo Clarissa.

Branca é irmã de Barretão, que até hoje é uma verdadeira fera no Direito, porém muito preconceituoso. Ele é casado com a elegante Gioconda, considera a última grande dama da sociedade carioca, que só peca por ser viciada em fortes calmantes para resolver os problemas, como se vivesse em uma redoma de vidro. Mas vai acabar tendo que enfrentá-los. Os dois são pais de Júlia, uma moça inteligente e ativa, que se apaixona por Evilásio Caó, enfrentando o preconceito da família por se envolver com um homem de uma classe social mais baixa e, ainda por cima, negro.

Ele é morador da favela da Portelinha, que a partir da determinação de Juvenal Antena, cresceu e se tornou uma espécie de "favela-modelo". Líder nato, simpático, homem esperto e hábil nas palavras, Juvenal mantém firme seu compromisso de não deixar drogas e violência entrarem no local, e de não faltar nada a seu povo.

Do sonho para realidade foi um pulo. Juvenal se reuniu com seus amigos, outras figuras respeitadas pelo grupo: o pastor evangélico Inácio Lisboa, o carpinteiro Misael Caó, pai de Evilásio, a mãe-de-santo Setembrina e o dono de vans Geraldo Peixeiro. Com a ajuda ainda do secretário de Estado de Serviço Social Narciso Tellerman, hoje deputado federal, Juvenal organiza uma invasão ao terreno da GPN e firmou sua comunidade no local. Toda a população respeita seu líder, que não aceita nunca ser contestado - o que ocasionará divergências com seu braço-direito Evilásio - mas que sempre age pelo povo. E o começo dessas divergências começam quando a Portelinha é invadida e Juvenal fica hospitalizado, deixando Evilásio tomando conta de tudo e depois quando ambos se tornarem candidatos a vereador.

A Portelinha agita a trama. É lá que se encontra, por exemplo, a família de Bernardinho, um jovem homossexual explorado pelo pai Bernardo, pela madrasta, a dissimulada Amara e pelos irmãos João Batista e Benoliel. Mas o rapaz acabará se apaixonando por Dália, sua melhor amiga, que ele ajudou a salvar das drogas. É ainda na Portelinha que vive Alzira, uma mulher de bom coração, mas que engana o marido, o imprestável Dorgival ao dizer que trabalha como enfermeira - já que ela sustenta a casa há quinze anos. Ela desperta desejos íntimos em muitos homens, fazendo striptease na Uísqueria Cincinatti, dirigida por Jojô, mas acaba conquistando justamente o coração de Juvenal.

Porém, Marconi Ferraço comprou também o terreno da GPN, e entrará numa batalha judicial e moral contra Juvenal Antena.

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O Grêmio Recreativo e Escola de Samba Nascidos da Portelinha é a escola de samba que faz parte da trama da novela. Imagens do desfile da Portela foram usadas para as filmagens do desfile da escola fictícia, quando o ator Antônio Fagundes desfilou na escola de Madureira, enquanto interpretava o personagem, que na trama, desfilava pela Nascidos da Portelinha.

• Marjorie Estiano - Maria Paula Fonseca do Nascimento
• Dalton Vigh - Adalberto Rangel / Marconi Ferraço
• Alinne Moraes - Maria Sílvia Barreto Pessoa de Moraes
• Antônio Fagundes - Juvenal Antena (Juvenal Ferreira dos Santos)
• Susana Vieira - Branca Maria Barreto Pessoa de Moraes
• José Wilker - Francisco Macieira
• Renata Sorrah - Célia Mara de Andrade Couto Melgaço
• Débora Falabella - Júlia de Queiroz Barreto
• Lázaro Ramos - Evilásio Caó
• Stênio Garcia - Barretão (Paulo de Queiroz Barreto)
• Marília Pêra - Gioconda de Queiroz Barreto
• Betty Faria - Bárbara Carreira
• Marília Gabriela - Guigui (Margarida McKenzie Salles Prado)
• Flávia Alessandra - Alzira de Andrade Correia
• Caco Ciocler - Claudius Maciel
• Marcos Winter - Deputado Narciso Tellerman
• Letícia Spiller - Maria Eva Monteiro Duarte
• Oscar Magrini - Gabriel Duarte
• Rodrigo Hilbert - Ronildo (Guilherme McKenzie Salles Prado)
• Sheron Menezes - Solange Couto Ferreira dos Santos
• Juliana Knust - Débora Vieira
• Otávio Augusto - Antônio José Melgaço
• Thiago Mendonça - Bernardinho (Bernardo da Conceição Júnior)
• Leona Cavalli - Dália Mendes
• Alexandre Slaviero - Heraldo Carreira
• Júlia Almeida - Fernanda Carreira
• Armando Babaioff - Benoliel da Conceição
• Júlio Rocha - JB (João Batista da Conceição)
• Bárbara Borges - Clarissa de Andrade Couto Melgaço
• Guilherme Gorski - Duda (Eduardo Monteiro)
• Juliana Alves - Gislaine Caó dos Santos
• Nuno Leal Maia - Bernardo da Conceição
• Mara Manzan - Amara
• Paulo Goulart - Heriberto Gonçalves
• Ângelo Antônio - Dorgival Correia
• Ivan de Almeida - Misael Carpinteiro (Misael Caó)
• Wolf Maya - Geraldo Peixeiro
• Flávio Bauraqui - Ezequiel Caó dos Santos
• Eri Johnson - Zé da Feira (José Carlos Caó dos Santos)
• Susana Ribeiro - Edivânia
• Wilson de Santos - Jojô (Josélio)
• Viviane Victorette - Nadir
• Dudu Azevedo - Barretinho (Paulo de Queiroz Barreto Filho)
• Cris Vianna - Sabrina Soares da Costa de Queiroz Barreto
• Débora Nascimento - Andréia Bijou
• Marcela Barrozo - Ramona Monteiro Duarte
• Diogo Almeida - Rudolf Stenzel
• Sérgio Vieira - Petrus Monteiro Duarte
• Natasha Stransky - Bijouzinha
• Guida Viana - Lenir (Elenir)
• Marilice Cosenza - Socorro
• Laura Proença - Vesga (Salete Costa)
• Luciana Pacheco - Denise
• Cristina Galvão - Lucimar
• Josie Antello - Amélia dos Santos
• Adriana Alves - Condessa de Finzi-Contini (Morena)
• Thaís de Campos - Claudine Bel-Lac
• Guilherme Duarte - Zidane
• Alexandre Liuzzi - Dagmar
• Adriano Dória - Marcha Lenta
• Antônio Firmino - Apolo
• Lugui Palhares - Carlão (Carlos Augusto Palhares)
• Fafy Siqueira - Madame Amora
• Jackson Costa - Waterloo de Sousa
• Débora Olivieri - Adelaide
• Roberto Lopes - Gilmar
• Paulo Serra - Ignácio Güevara
• Sylvia Massari - Graça Lagoa
• Gottsha - Eunice / Diva
• Raquel Fiuna - Victória (Dóris)
• Adriano Garib - Silvano
• Humberto Guerra - Feliz
• Tina Kara - Lavínia
• Gilberto Miranda - Divaldo
• Prazeres Barbosa - Shirley
• Teca Pereira - Nanã
• Munir Kanaan - Mosquito
• Luciana Barbosa - Priscila
• Raphael Rodrigues - Brucely
• Gisele Werneck - Aurora
• Bia Mussi - Janete
• Isabela Lobato - Heloísa
• Beto Quirino - Mestre
• Leandro Lamas - Atchim
• Marcos Holanda - Dunga
• César Amorim - Soneca
• Sérgio Monte - Dengoso
• André Luiz Lima - Zangado
• Zé Luiz Perez - Zé da Preguiça
• Eduardo Lara - Frango Veloz
• Edmo Luís - Gavião Sereno
• Leandro Ribeiro - Osvaldo
• Hugo Resende - Matheus
• Tathiane Manzan - Ruth
• Raphael Martinez - Elvis
• Simone Debet - Neli
• Cristiane Machado - Maria Helena
• Babú Santana - Montanha
• Miguel Andrade - Rui
• Aline Pyrrho - Dançarina da uisqueria
• Bruna Guerin - Dançarina da uisqueria
• Jaqueline Farias - Dançarina da uisqueria

• Gabriel Sequeira - Renato Fonseca do Nascimento Rangel
• Luana Dandara - Manuela de Andrade Correia
• Lucas Barros - Dorginho (Dorgival Correia Júnior)

O nome de Susana Vieira foi vinculado ao projeto^[5] desde o seu início, sempre cogitada por Aguinaldo Silva para protagonizar a novela - repetindo a bem-sucedida parceria de Senhora do destino.

Durante certo tempo, houve uma disputa entre o autor e Benedito Ruy Barbosa (este responsável por outra telenovela em pré-produção na época, Amor Pantaneiro, que acabou nem sendo produzida) para decidir quem substituiria Paraíso tropical, de no final de 2007 como novela da 21h. Embora inicialmente a disputa pendesse para o lado de Benedito, ao fim das discussões ficou decidido que É a educação, estúpido! entraria no ar no lugar da trama de Gilberto Braga, com Amor pantaneiro sendo exibida apenas a partir de meados de 2008. ^[6]

Ao ser questionado pela coluna "Controle Remoto" do jornal O Globo em 5 de outubro de 2006, sobre quais seriam os temas abordados na telenovela, o autor teria respondido:

A partir daí, diversas mudanças em relação ao enredo da vindoura telenovela começaram a surgir. Em 21 de outubro de 2006, em entrevista ao site Terra, o autor concedeu diversos detalhes sobre a trama, contando sobre como abordaria a "importância da educação e da cultura"^[8], inclusive declarando que o núcleo principal da trama se situaria numa universidade. Até este ponto, Suzana Vieira seria a protagonista, Leonor Villela, e Marília Gabriela, a vilã da trama. Além da educação, outro tema que seria abordado pela telenovela seria o da favelização, principal motivo pelo qual o Rio de Janeiro havia sido escolhido como cenário, com Aguinaldo inclusive declarando que ambientaria a trama nos bairros de Rio Comprido e Catumbi ^[8].

Entretanto, poucos meses depois, durante uma entrevista à Folha de S.Paulo, o autor declarava um enredo principal bastante diferente. A trama não mais seria protagonizada por Suzana Vieira, mas sim por Eduardo Moscovis. Tal personagem será baseado em um censor dos tempos da ditadura militar. O personagem foi inspirado em "um sujeito chamado Romero Lago, que, na década de 70, chegou a ser chefe da Censura Federal, até que descobriram que ele não era Romero nem Lago, mas outra pessoa, condenada por um crime gravíssimo". Ele "(...) dá um grande golpe numa mulher (Carolina Dieckmann) por quem fingiu se apaixonar. Ele foge, faz uma série de plásticas e se torna uma pessoa respeitável. Até que, dez anos depois, o seu verdadeiro passado volta, na figura da mulher que ele traiu", conta Silva à Folha de São Paulo, do dia 10/12/2006. A história do personagem foi parcialmente baseada, também, na figura do ex-deputado José Dirceu, que ao fugir da ditadura militar para Cuba, passou por cirurgias plásticas para mudar suas feições para que pudesse retornar ao Brasil sob uma outra identidade. ^[9]

Durante sua pré-produção, a telenovela enfrentou alguns conflitos para a escalação do elenco, principalmente com os protagonistas. Inicialmente, quem estava escalada para interpretar a protagonista foi Carolina Dieckmann, que declinou o convite ao ficar grávida [6]. Para substituí-la, Mariana Ximenes também chegou a ser convidada, mas preferiu tirar férias após ter emendando diversos trabalhos em telenovelas ^[10][11][12]. O outro protagonista seria Eduardo Moscovis, convidado para ser Marconi Ferraço. No entanto, o ator acabou recusando o papel, que ficou para Dalton Vigh^{[carece de fontes?]}.

José Mayer foi inicialmente cotado para interpretar Juvenal^[13][8], papel que acabou ficando com Antônio Fagundes.

Fazendo uso de papel reciclado, latas de refrigerante, retalhos e pedaços de fios, o artista plástico Sérgio Cezar desenvolveu, a pedido de Hans Donner, cerca de 1.500 maquetes que chegaram a ocupar 64m², aproximadamente, do estúdio aonde foi gravada a abertura. Intercalando com imagens em preto-e-branco da própria fabricação da mini-favela, a abertura dura cerca de 70 segundos, e mostra o crescimento da comunidade ao redor de dois luxuosos edifícios criados através de computação gráfica^[14]. Os créditos, por sua vez, aparecem desordenadamente. Marjorie Estiano, que vive a protagonista Maria Paula - e, portanto, deveria ser creditada em primeiro lugar - aparece após muitos veteranos, como Antônio Fagundes, o co-protagonista Juvenal Antena, Dalton Vigh, o antagonista principal Marconi Ferraço e as também co-protagonistas, Renata Sorrah, a batalhadora Célia Mara e Susana Vieira, sua rival na trama, Branca. Já a antagonista Sílvia, interpretada por Alinne Moraes, é creditada no meio da abertura, sendo que seu papel faz parte do núcleo central da novela, sendo sua personagem importantíssima para o denrolar da história da mesma.

No dia 23 de novembro, a Globo informou por meio de nota oficial que o autor Aguinaldo Silva se manteria afastado dos roteiros da trama, para "resolver problemas pessoais" ^[15] - o que posteriormente atribuiu-se à hipertensão^[16]. Sua saída gerou controvérsia entre os atores da produção e a imprensa especializada, incitando rumores de que ele havia sido demitido^[17]. Na mesma semana, entretanto, o autor retornaria à produção, pois foi impedido de viajar a Portugal, por não ter renovado o passaporte ^[18].

Quando da estréia, a trama foi classificada pelo Ministério da Justiça como imprópria para menores de 12 anos. Porém, devido as cenas excessivamente sensuais protagonizadas pela atriz Flávia Alessandra - interprete de Alzira, pretensa enfermeira que trabalha como "dançarina" num prostíbulo, a Uisqueria Cincinnati - o órgão abriu um processo para reclassificá-la como imprópria para menores de 14 anos e inadequada para antes das 21 horas^[19]. Como forma de evitar a reclassificação, o autor Aguinaldo Silva chegou a insinuar que a explosão da boate estaria ligada à essa suposta "censura" ^[20]. Ainda que a Rede Globo tenha recorrido do caso, alegando que a telenovela havia sofrido mudanças que a tornariam adequada para menores de 12 anos ^[20], a mesma acabou por permanecer nesta classificação ^[20][21]

Um dos pontos de maior destaque da produção é o fato de abordar a favelização brasileira. Um dos cenários da telenovela é a fictícia favela Portelinha, liderada pelo personagem Juvenal. A Portelinha destaca-se por não apresentar infiltração de traficantes, sendo constituída meramente de trabalhadores. Inicialmente, ela se chamaria Mangueirinha, e seria situada em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. ^[13][8]

A cidade cenográfica montada para a telenovela foi inspirada na favela de Rio das Pedras. Para sua construção, a equipe da Rede Globo realizou dezenas de visitas à comunidade, reconstituindo diversos trechos da comunidade de forma fiel^[22], mas com alterações que possibilitassem à equipe de filmagem realizar as cenas, além da inclusão de novos lugares, como a escola de samba e o terreiro da personagem Setembrina ^[22]. Quando um plano geral da Porterlinha é exibido, entretanto, o que está sendo exibido verdadeiramente é a favela de Rio das Pedras, alterada digitalmente para que fosse inserida, num espaço de sete quarteirões, a cidade cenográfica^[22]. A cidade cenográfica ocupa uma área de 6 mil metros e possui oito ruas, nas quais se construiu 120 casas, uma igreja, a escola de samba da comunidade e 30 lojas^[14], que servem de cenário para a gravação da maior parte das cenas da produção. O ator Lázaro Ramos definiria a fictícia Portelinha como a visão do autor Aguinaldo Silva da favelização brasileira^[23], pois trata-se de uma junção de várias favelas e apresenta diversos personagens típicos desse ambiente^[23].

A escolha do nome, uma homenagem à escola de samba Portela ^[24], renderia posteriomente ao diretor Wolf Maya e ao elenco um "troféu Águia de Ouro", criado especialmente pelo carnavalesco Cahê Rodrigues para "retribuir" a homenagem^[24].

• Dentre as peculiaridades das músicas da telenovela, encontra-se Recomeçar, canção gospel interpretada pela cantora Aline Barros, à convite do próprio autor da telenovela^{[25] [26]}.

• Contrariando a trilha sonora nacional da novela que foi um fiasco de vendas ^[27], a trilha internacional fez sucesso e ocupou a primeira posição dos CD's mais vendidos do país. ^[28]

Duas Caras Nacional
Trilha sonora de Vários Intérpretes
Lançamento	2007
Gênero(s)	Trilha sonora
Formato(s)	CD
Gravadora(s)	Som Livre
Cronologia de Vários Intérpretes
- Duas Caras Internacional

O álbum contendo as músicas em português que fazem parte da trilha sonora tem, como suas faixas:^[29]

1. Tá Perdoado - Maria Rita (tema de Maria Eva)
2. Trabalhador - Seu Jorge (tema de Juvenal Antena)
3. Delírio dos Mortais - Djavan (tema de locação: Rio de Janeiro)
4. Oração ao Tempo - Caetano Veloso (tema de Maria Paula / tema geral)
5. E Vamos á Luta - Gonzaguinha (tema de abertura / locação: Portelinha)
6. Canto de Oxum - Maria Bethânia (tema de Dona Setembrina)
7. Ela Une Todas as Coisas - Jorge Vercilo (tema romântico geral)
8. Geraldinos e Arquibaldos - Chicas (tema de Bernardinho)
9. Negro Gato - Mc Leozinho (tema de Evilásio)
10. Be Myself - Charlie Brown Jr. (tema de Marconi Ferraço)
11. Ternura - Isabella Taviani (tema de Célia Mara)
12. Toda Vez que Eu Digo Adeus - Cássia Eller (tema de Sílvia)
13. Você não Entende Nada - Celso Fonseca (tema de Dália, Bernardinho e Heraldo)
14. Folhetim - Luiza Possi (tema de Alzira)
15. Coisas que Eu Sei - Danni Carlos (tema de Júlia)
16. Quem Toma Conta de Mim - Paula Toller (tema de Fernanda)
17. Recomeçar - Aline Barros (tema do núcleo dos evangélicos)
18. Call Me (Instrumental) - Victor Pozas (tema de Branca)
19. The Look of Love (Instrumental) (from Casino Royale) - Victor Pozas (tema de Gioconda)

E ainda

• Amores Cruzados - KSIS (tema de Débora)

Duas Caras Internacional
Trilha sonora de Vários Intérpretes
Lançamento	2008
Gênero(s)	Trilha sonora
Formato(s)	CD
Gravadora(s)	Som Livre
Cronologia de Vários Intérpretes
Duas Caras Nacional -

O álbum contendo as músicas em inglês que fazem parte da trilha sonora tem, como suas faixas: ^[30]

1. No One - Alicia Keys
2. Let Me Out - Ben's Brother (tema de Fernanda e Benoliel)
3. Same Mistake - James Blunt (tema de Maria Paula e Ferraço)
4. Scared - Tiago Lorc (tema de Sílvia e Ferraço)
5. Lost Without U - Robin Thicke (tema de Sílvia)
6. Kiss Kiss - Chris Brown (tema de Zidane e Gyslaine)
7. So Much For You - Ashley Tisdale (tema de locação)
8. Gimme More - Britney Spears (tema de locação: Texas Bar)
9. 2 Hearts - Kylie Minogue (tema de Débora)
10. How Deep is Your Love - The Bird And The Bee (tema de Dália, Bernadinho e Heraldo)
11. You Are So Beautiful - Ivo Pessoa (tema de Júlia e Evilásio)
12. I'm All Right - Madeleine Peyroux (tema de Branca e Macieira)
13. The Look of Love (From Casino Royale) - Diana Krall (tema de Célia Mara)
14. Yesterday - Liverpool Kids (tema de Renato)
15. All She Wants (O Xote das Meninas) - Marina Elali (tema de Solange)
16. You my Love - Double You (tema de Clarissa e Duda)

• Troca de rosto - Adalberto Rangel / Marconi Ferraço
• Romances entre pessoas de diferentes classes sociais - Benoliel e Fernanda, Evilásio e Júlia, Barretinho e Sabrina.
• Romances entre pessoas de diferentes raças - Evilásio e Júlia, Barretinho e Sabrina, Claudius e Solange, Zidane e Gislaine, Claudine e Misaél
• Homossexualidade - Bernardinho
• Bissexualidade - Jojô, Carlão
• Alcoolismo - Zé da Feira
• Racismo - Barreto com relação a Evilásio e Sabrina
• Fanatismo religioso - Edivânia
• Drogas - Dália, Ronildo
• Dislexia - Clarissa
• Ciúme doentio - Sílvia, Dorgival
• Poligamia - Dália, Heraldo e Bernardinho
• Epilepsia - Pastor Inácio Lisboa
• Violência ao menor - Sílvia e Renato

A estréia de Duas Caras obteve a menor audiência de uma novela do horário nobre de todos os tempos. O primeiro capítulo teve média de 40 pontos^[31][32] e picos de 42. Até então a novela que tinha o menor ibope de estréia era Paraíso Tropical, que em sua estréia marcou 41 pontos^[32]. Já o segundo capítulo de Duas Caras obteve média de 35,5 pontos^[33] e o terceiro capítulo obteve media geral de 33,7 ^[33][34]. No quarto capítulo, houve um pequeno aumento de audiência: a trama marcou 37 pontos^[35]. Na sua primeira semana de exibição, obteve uma média de 36 pontos^[36]. Os resultados eram preocupantes, mas, na semana seguinte, a novela chegou a atingir picos de 45 pontos numa média de 41^[3], mostrando recuperação. Desde então a situação da telenovela tem sido instável com a audiência não se mantendo em patamares regulares. No dia 16/11 a novela chegou a picos de 45, no capítulo da apresentação da personagem Alzira, interpretada por Flávia Alessandra. ^{[37] [38]}

• No capítulo em que Maria Paula estraga o noivado de Ferraço e Sílvia, marcou 52 pontos e picos de 55.

• No capítulo em que beatos atacam Bernadinho, Dália e Heraldo teve média de 42 pontos e picos de 45.

• No capítulo em que Barretinho estraga casamento de Sabrina marcou 49 pontos e picos de 55.

• No capítulo em que Ronildo assalta Fernanda, marcou 48 pontos e picos de 52.

• No capítulo em que Barretinho é atropelado marcou 47 com picos de 55.

• No capítulo exibido em 21/03, onde Sílvia se joga da escada alcançou a maior média da novela. 56 pontos com picos de 62.
• No capitulo exibido en 22/04 onde Ferrraço expulsa silvia de casa alcançou media de 48 pontos com picos de 52

Atualmente, a trama de Aguinaldo Silva é um sucesso estrondoso. Até o capítulo 150, a média geral da novela alcançou 45 pontos. Acredita-se que ao final, Duas Caras feche com média final de 48 pontos, considerado um grande sucesso para os padrões da Globo.

A estréia em Portugal se deu pela emissora SIC, no dia 5 de Novembro. O primeiro capítulo obteve cerca de 10% de rating e 24% de share, tornando-se um dos dez programas mais assistidos do país na data^[1]. Actualemente marca 40 pontos de share.

Indicados pela revista contigo

• MELHOR ATRIZ

>> Susana Vieira | Branca | Duas Caras | Globo >> Débora Falabella | Júlia | Duas Caras | Globo >> Alinne Moraes | Sílvia | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

>> Marília Pêra | Gioconda | Duas Caras | Globo >> Flávia Alessandra | Alzira | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATOR

>> Antonio Fagundes | Juvenal Antena | Duas Caras | Globo >> Dalton Vigh | Marconi Ferraço | Duas Caras | Globo >> Lázaro Ramos | Evilásio | Duas Caras | Globo

• MELHOR AUTOR

>> Aguinaldo Silva | Duas Caras | Globo

• MELHOR PAR ROMANTICO

>> Débora Falabella (Júlia) e Lázaro Ramos (Evilásio) | Duas Caras | Globo >> Alinne Moraes (Sílvia) e Dalton Vigh (Ferraço) | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATRIZ REVELAÇÃO

>> Débora Nascimento | Andréa Bijou | Duas Caras | Globo >> Juliana Alves | Gislaine | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATOR REVELAÇÃO

>> Thiago Mendonça | Bernardinho | Duas Caras | Globo >> Wilson de Santos | Jojô | Duas Caras | Globo >> Júlio Rocha | João Batista | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATRIZ INFANTIL

>> Luana Dandara | Manu da Portelinha | Duas Caras | Globo

• MELHOR ATOR INFANTIL

>> Gabriel Sequeira | Renato | Duas Caras | Globo

• MELHOR DIRETOR

>> Wolf Maya | Duas Caras | Globo

• MELHOR NOVELA

>> Duas Caras | Globo

A atriz Adriana Alves foi indicada na categoria "Melhor atriz" do Trófeu Raça Negra de 2007^[39]. O ator Lázaro Ramos também recebeu uma indicação, à categoria "Ator do Ano" - que acabaria sendo conquistada por André Ramiro^[39].

Referências

• Site de Duas Caras
• Duas Caras no Teledramaturgia
• Duas Caras de Devoção (artigo retirado do site do Jornal de Brasília)
• Duas Caras no IMDb

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